Depois que você toma uma dose de coragem e outra de atitude,
tudo fica mais claro. Preocupar-se com a opinião dos outros é normal, tentar
corresponder às expectativas alheias é ser infeliz. É matemático: você VAI ser
infeliz se deixar que façam escolhas por você. Se escolherem uma roupa pra você
comprar, uma matéria pra estudar, uma rotina, um relacionamento. É impossível
fazer a cabeça de outra pessoa. O máximo que se consegue é uma triste
representação. Muita gente vem dar conselho preocupado com o que é melhor pra
você sem te perguntar como você se sente ou o que você quer. Vão querer sempre
que você esteja no topo, porque se você quiser menos que isso poderá estar se
desvalorizando. Eu te pergunto: qual o problema das pessoas?
Agora, se você vai lá e faz tudo ao contrário pra tentar
provar alguma coisa, toma aqui a sua carapuça também.
Qual o mistério em cada um viver a sua própria vida? Em se
dedicar às próprias vontades? Algumas pessoas desaprendem a ter vontades
próprias. Eu observo a dificuldade que existe em aceitar a opinião diferente. Feliz
é o esquisito que não tenta se encaixar nessa imensidão de mesmice. E se eu não
quiser chocolate na páscoa? Preciso ouvir uma palestra? Quem faz sacrifícios na
vida sabe muito bem porque os faz. Se eu não quiser sair numa noite de sábado
porque quero ler um livro, não vou dar lição de moral em ninguém pra que faça
igual. Porque a recíproca não é verdadeira?
Por isso ser feliz acaba sendo complicado. Porque querem
apontar o dedo pra sua comida, pro seu repertório, pro seu lazer, pro seu
futuro. Não se deixe levar. Tome seu café amargo ou melado, ouça música ruim,
desça do salto. Seja você, seja feliz. Deixe o que seja: ser.
E se me perguntarem porque dei aquela volta de disco voador
em júpiter eu vou sorrir e dizer: porque eu quis!
Porque a simplicidade é rara.
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